quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Era Vargas - 1930-1945

 

Governo Provisório (1930 - 1934)

Nomeado presidente, Getúlio Vargas usufruia de poderes quase ilimitados e, aproveitando-se deles, começou a tomar políticas de modernização do país. Ele criou, por exemplo, novos ministérios - como o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e o Ministério da Educação e Saúde -, e nomeou interventores de estados. Na prática, os estados perdiam grande parte da sua autonomia política para o presidente. Continuou com a Política de Valorização do Café (PVC) e criou o Conselho Nacional do Café e o Instituto do Cacau atendendo assim a algumas das reivindicações das oligarquias cafeeiras.
A Getúlio Vargas também é creditado, nesta época, a Lei da Sindicalização, que vinculava os sindicatos brasileiros indiretamente - por meio da câmara dos deputados - ao Presidente. Vargas pretendia, assim, tentar ganhar o apoio popular, para que estes apoiassem suas decisões (a política conhecida como populismo). Assim sendo, houve, na Era Vargas, grandes avanços na legislação trabalhista brasileira, muitos deles não devidos exatamente a Vargas - a quem cujo crédito maior é o estabelecimento da CLT - mas sim por parte de parlamentares constituintes do período. Mudanças essas que perduram até hoje.

Revolução Constitucionalista de 1932

Em 1931, Getúlio Vargas derruba a Constituição brasileira, reunindo enormes poderes no Brasil. Isso despertou a indignação dos opositores, principalmente as oligarquias cafeeiras e a classe média paulista, que estavam desgostosos com o governo getulista. A perda de autonomia estadual, com a nomeação de interventores, desagradou ainda mais. Por mais que Getúlio tenha percebido o erro e tentado nomear um interventor oligarca paulista, estes já arquitetavam uma revolta armada, a fim de defender a criação de uma nova Constituição.
Quando quatro jovens estudantes paulistanos (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) são assassinados no dia 23 de Maio de 1932, diversos setores da sociedade paulista se mobilizam com o evento, e toda a sociedade passa a apoiar a causa constitucional. No dia 9 de Julho do mesmo ano, a revolução explode pelo estado. Os paulistas contavam com apoio de tropas de diversos estados, como Rio de Janeiro, Minas e Rio Grande do Sul, mas Getúlio Vargas foi mais rápido e conseguiu reter esta aliança, isolando São Paulo. Sem qualquer apoio, os flancos paulistas ficaram vulneráveis, e o plano de rápida conquista do Rio de Janeiro transformou-se em uma tentativa desesperada de defender o território estadual. Sem saída, o estado se rende em 28 de Setembro.
Mesmo com a vitória militar, Getúlio Vargas atende alguns pedidos dos republicanos, e aprova a Constituição de 1934.
O estado de São Paulo não conseguiu a adesão de praticamente nenhum outro estado brasileiro. Os paulistas, chefiados por Isidoro Dias Lopes, permaneceram isolados, sem adesão das demais unidades da federação, excetuando um pequeno contingente militar vindo do Mato Grosso, sob o comando do general Bertoldo Klinger. Claramente porque era uma revolução encabeçada basicamente pela elite do PRP - Partido Republicano Paulista - que, por meios de propagandas eficientes, conseguiu galgar apoio de diversos setores da sociedade paulista - taxando Getúlio Vargas como um cruel ditador fascista.
Para reprimir a rebelião paulista, Getúlio Vargas enfrentou sérias dificuldades no setor militar, pois inúmeros generais simplesmente recusaram a missão, tendo em vista que estes temiam a ameaça de perder os cargos. Percebendo o débil apoio que tinha no seio da cúpula do Exército, e a fim de conquistá-lo, Vargas rompeu em definitivo com os tenentes, que não eram bem vistos pelos oficiais legalistas. Em 3 de outubro de 1932, em meio a crise militar e apesar dela, Getúlio conseguiu esmagar a revolta paulista.

O Governo Constitucionalista (1934 - 1937)

Getúlio Vargas convoca a Assembleia em 1933, e em 16 de Julho de 1934 a nova Constituição, trazendo novidades como o voto secreto, ensino primário obrigatório, o voto feminino e diversas leis trabalhistas. O voto secreto significou o fim do voto aberto preponderante na República Velha, onde os coronéis tinham a oportunidade de controlar os votos. A nova constituição estabeleceu também que, após sua promulgação, o primeiro presidente seria eleito de forma indireta pelos membros da Assembleia Constituinte. Getúlio Vargas saiu vitorioso.
Nessa mesma época, duas vertentes políticas começaram a influenciar a sociedade brasileira. De um lado, a direita fundara a Ação Integralista Brasileira (AIB), pregando um Estado totalitário. Do outro, crescia a força de esquerda da Aliança Nacional Libertadora (ANL).

O Plano Cohen

Getúlio Vargas e o alto comando das Forças Armadas sempre se mostraram contra o comunismo, e usaram este pretexto para o seu maior sucesso político - o golpe de 1937. O PCB, que surgiu em 1922, havia criado a Aliança Nacional Libertadora, mas Getúlio Vargas a declarou ilegal, e a fechou. Assim, em 1935, a ANL (com o apoio da Internacional Comunista Comintern) montou a Intentona Comunista, uma revolta contra Getúlio Vargas, mas que este facilmente conteve. Em 1937, os integralistas forjaram o "Plano Cohen", em que dizia-se que os comunistas planejavam uma revolução maior e mais bem-arquitetada do que a de 1935, e teria o amplo apoio do Partido Comunista da União Soviética. Os militares e boa parte da classe média brasileira, assim, apóiam a ideia de um governo mais fortalecido, para espantar a ideia da imposição de um governo comunista no Brasil. Com o apoio militar e popular, Getúlio Vargas derruba a Constituição de 1934,e declara o Estado Novo.

Estado Novo (1937 - 1945)

A constituição de 1937, que criou o "Estado Novo" getulista, tinha caráter centralizador e autoritário. Ela suprimiu a liberdade partidária, a independência entre os três poderes e o próprio federalismo existente no país, Vargas fechou o Congresso Nacional e criou o Tribunal de Segurança Nacional. Os prefeitos passaram a ser nomeados pelos governadores e esses, por sua vez, pelo presidente. Foi criado o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), com o intuito de projetar Getúlio Vargas como o "Pai dos Pobres" e o "Salvador da Pátria".

A forte concentração de poder no Executivo federal, em curso desde fins de 1935, a aliança com a hierarquia militar e com setores das oligarquias, criaram as condições para o golpe político de Getúlio Vargas em 10 de novembro de 1937, inaugurando um dos períodos mais autoritários da história do país, que viria a ser conhecido como Estado Novo.
Nesse cenário de controle ideológico foi criado o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), encarregado da propaganda e promoção do regime junto à população. O DIP foi responsável pela censura a órgãos de imprensa e veículos de comunicação, sendo um instrumento estratégico na propagação de ideologias ufanistas e de exaltação do trabalho. Um exemplo ilustrativo dessa atuação foi a distribuição de verbas a escolas de samba, desde que trocassem a apologia à malandragem por temas "patrióticos" e de incentivo ao trabalho. Para difundir as idéias nacionalistas entre os mais novos o Estado tornou obrigatória a disciplina de Educação Moral e Cívica nas escolas.

O apelo direto às massas era uma marca da demagogia populista e da relação dos dirigentes nazistas e fascistas com a população, e Vargas soube tirar proveito máximo dessa estratégia. Fomentando o sentimento nacionalista em torno da ameaça do comunismo, a ditadura conseguia um apoio popular massivo. Este sentimento crescia ainda mais diante dos esforços industrializantes do governo, que aceleravam o desenvolvimento econômico e a entrada do Brasil no contexto internacional. Foram criados órgãos estratégicos para viabilizar este esforço de desenvolvimento, tais como o Conselho Nacional do Petróleo e o Conselho Federal de Comércio Exterior. Foi desse período a criação da Companhia Siderúrgica Nacional, que desempenhou papel fundamental no fornecimento de matéria-prima para o setor industrial.

De volta à democracia

A Segunda Guerra Mundial, deflagrada em 1939, pôs em disputa a doutrina fascista e nazista contra a doutrina da liberal-democracia. Apesar da simpatia de Vargas pela Alemanha e pela Itália, as circunstâncias da guerra, com a entrada dos Estados Unidos no conflito, levaram o Brasil a combater ao lado dos Aliados. Com a derrota de Hitler em 1945, o mundo foi tomado pelas idéias democráticas e o regime autoritário brasileiro já não podia se manter.

Getúlio Vargas foi deposto pelos militares em 29 de outubro de 1945, sob o comando de Góes Monteiro, um dos homens diretamente envolvidos no golpe de 1937. A abertura democrática levou ao poder o general Eurico Gaspar Dutra, como presidente eleito pelo voto popular, dando fim a um dos períodos mais autoritários e violentos da nossa história.
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Era_Vargas

http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/estado-novo-1937-1945-a-ditadura-de-getulio-vargas.jhtm

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Exercícios - Era Vargas 1930-1945

Getúlio Vargas
1- A Aliança Liberal” defendendo o lema “ Representação e Justiça”, apresentou na campanha pela sucessão presidencial a chapa formada por:
a) Nilo Peçanha – J. Seabra
b) Hermes da Fonseca – Venceslau Brás
c) Afonso Pena – Nilo Peçanha
d) Washington Luís – Melo Viana
e) Getúlio Vargas – João Pessoa

2. Sobre a Constituição de 1937, outorgada por Getúlio Vargas, que, através dela, institui o Estado Nacional, podemos afirmar que:
a) separou o Estado da Igreja
b) Aboliu o cargo de Vice Presidente da República
c) Permitiu o voto das mulheres
d) Estabeleceu o voto secreto
e) Denominou-se constituição da mandioca

3. A implantação do estado Novo no Brasil significa:
a)proscrição do Partido Comunista
b) a consolidação do Integralismo
c)a vinculação da política externa brasileira ao eixo Roma-Berlim
d)uma vitória pessoal do presidente Getúlio Vargas
e)a extinção do federalismo republicano.

4. Entre as iniciativas de Getúlio Vargas em 1930, destaca-se a criação do:
a) Programa de Integração Social
b) Departamento Nacional de Telecomunicações
c) Ministério da Indústria, Comércio e Trabalho
d) Instituto Nacional de Previdência Social
e) Partido Trabalhista Brasileiro

5. De um ponto de vista externo, a queda de Vargas em 1945 está vinculada:
a)à queda dos regimes totalitários fascistas no fim da Segunda Guerra Mundial;
b)às pressões dos Estados Unidos da América, interessados em governos democráticos em todo o continente;
c)ao apoio dado pela Forças Armadas dos EUA aos militares brasileiros, responsáveis pela queda do ditador gaúcho;
d)à perda de prestígio internacional, já que o ditador apoiava os regimes totalitários da Itália e da Alemanha;
e)às ligações econômicas, políticas e ideológicas entre o governo brasileiro e as potências do eixo.

6- (UFF-RJ-2000) “A Revolução de 1930 pôs fim à hegemonia do café, desenlace inscrito na própria forma de inserção do Brasil no sistema capitalista internacional”. (Fausto, Bóris. A revolução de 30: Historiografia e História. SP, Brasiliense, 1972, p.112).

a) Vários fatores sociais determinaram este processo revolucionário. Cite dois deles.
b) Analise os desdobramentos da Revolução de 1930 na industrialização brasileira.

Resolução: Na alternativa “a” você tem uma ampla gama de personagens que podem ser citados, dentre eles os tenentes, as oligarquias dissidentes, as oligarquias não cafeeiras, os tenentes civis, os setores médios urbanos, as classes médias (expressas pelo tenentismo), a Aliança Liberal, a oligarquia gaúcha, a dissidência de Minas Gerais e os setores operários.

Na “b” você pode responder que com a derrota da oligarquia cafeeira ou com a saída da burguesia paulista do poder, o Estado procurou reorientar a economia para o desenvolvimento da indústria pesada, de modo a superar a dependência do país das exportações do café. A burguesia industrial alinhou-se às forças vitoriosas, já que a política de câmbio baixo, favorável às exportações cafeeiras, lhe era desfavorável. O novo Estado, postulando a estabilidade cambial, criou uma conjuntura favorável à industrialização, pois assim tornava-se mais barata e fácil a importação de máquinas e equipamentos industriais. Assim, a partir dos efeitos negativos da crise de 29 sobre o preço do café, o que deixou evidente a situação precária do país em manter-se na dependência estrita da exportação de um só produto-chave, o governo passa a estimular o desenvolvimento industrial, fosse pelo favorecimento do câmbio alto, fosse pelo fato de o próprio Estado passar a investir em indústrias de base, tais como siderúrgica, de álcalis, de motores, hidrelétricas etc.

7- (Fuvest-SP/2000) “São Paulo não está apenas descontente. Está ferido na sua sensibilidade. O que a Revolução lhe pediu ele lho deu... Por que a Revolução tarda em restaurá-lo na sua autonomia e no governo direto de seus filhos? Cansado de viver como terra conquistada, São Paulo... pede apenas, à frente da administração de seus negócios, um de seus filhos que lhe compreenda o espírito e não lhe golpeie o coração”. (O Estado de S. Paulo, 27 de janeiro de 1932)

Explique os impasses políticos discutidos por esse jornal e indique seus desdobramentos.

Resolução : Basicamente, a nomeação do interventor federal João Alberto por Getúlio Vargas confrontou-se com as elites de São Paulo que perderam a influência e o poder político que detinham antes da Revolução de 1930. A crescente campanha contra o intervencionismo de Getúlio Vargas e a exigência de uma Constituição para o país resultariam na Revolução Constitucionalista de 1932.
8- (Mackenzie-SP/2004) Getúlio Vargas pôde, em 1937, inaugurar um novo governo, conhecido como Estado Novo. Sobre esse período, é correto afirmar que:

a) era caracterizado pelo exercício da democracia e das liberdades civis, em repúdio às idéias comunistas que ameaçavam a nação, dada a intenção desses grupos revolucionários de chegar ao poder por meio de um golpe.
b) diante da ameaça comunista, o Parlamento, as Assembléias Estaduais, assim como as Câmaras Municipais, passaram a legislar e a intervir em diversos assuntos da política nacional.
c) ocorreu a imposição de uma Constituição autoritária, influenciada pelas doutrinas fascistas que vigoravam em algumas nações européias, o que representou o início de um período de ditadura.
d) dentro do novo regime, graças à subordinação das corporações sindicais ao Estado, que passou a controlar a ação dos trabalhadores, houve a conquista de direitos trabalhistas, resultado da boa vontade das elites empresariais.
e) a conjuntura econômica internacional contribuiu para a consolidação do Estado Novo, que, diante da crise que ainda persistia no setor cafeeiro, aumentou o seu papel interventor, buscando solucionar o problema das exportações nacionais.
9-(FGV-SP/2004) Em 21 de dezembro de 1941, Getúlio Vargas recebeu Osvaldo Aranha, seu ministro das Relações Exteriores, para uma reunião. Leia alguns trechos do diário do presidente: "À noite, recebi o Osvaldo. Disse-me que o governo americano não nos daria auxílio, porque não confiava em elementos do meu governo, que eu deveria substituir. Respondi que não tinha motivos para desconfiar dos meus auxiliares, que as facilidades que estávamos dando aos americanos não autorizavam essas desconfianças, e que eu não substituiria esses auxiliares por imposições estranhas."

(Vargas, Getúlio, Diário. São Paulo/Rio de Janeiro, Siciliano/Fundação Getúlio Vargas, 1995, vol. II, p. 443)

A respeito desse período, podemos afirmar:

a) As desconfianças norte-americanas eram completamente infundadas porque não havia nenhum simpatizante do nazi-fascismo entre os integrantes do governo brasileiro.
b) Com sua política pragmática, Vargas negociou vantagens econômicas com o governo americano e manteve em seu governo simpatizantes dos regimes nazi-fascistas.
c) Apesar das semelhanças entre o Estado Novo e os regimes fascistas, Vargas não permitiu nenhum tipo de relacionamento diplomático entre o Brasil e os países do Eixo.
d) No alto escalão do governo Vargas havia uma série de simpatizantes do regime comunista da União Soviética e de seu líder Joseph Stalin.
e) As pressões do governo norte-americano levaram Vargas a demitir seu ministro da Guerra, o general Eurico Gaspar Outra, admirador dos regimes nazi-fascistas.
10-(UFF-RJ/2002) O Estado Novo, identificado à primeira grande experiência autoritária brasileira, terminou em 1945, quando, então, verificou-se a chamada redemocratização.

a) Associe o fim do Estado Novo ao da Segunda Guerra Mundial.
b) Explique por que a redemocratização brasileira de 1945 pode ser analisada, ao mesmo tempo, como ruptura e como continuidade.

Resolução : A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, ao lado das forças aliadas, defensoras dos valores liberais e da democracia, era incompatível com a preservação de um regime autoritário no país, o que levaria ao fim do Estado Novo.

A redemocratização, como ruptura, representou o fim do regime ditatorial de Getúlio Vargas, mediante o retorno ao Estado de Direito e à legalização dos partidos políticos. No entanto, ao mesmo tempo, esse processo foi marcado pelo continuísmo do grupo de Vargas no poder, já que sob sua influência pessoal foram criados dois partidos políticos: o PSD e o PTB, assim como a política brasileira continuava a ter como característica principal o populismo varguista.

Falar em Getúlio Vargas sem lembrar da questão da implantação das leis trabalhistas é impossível. E, é claro, os vestibulares também costumam saber qual é o seu conhecimento sobre este tema. Verifique como estão seus estudos a respeito desse conteúdo:

GABARITO
1-E, 2-B; 3-D;; 4- C; 5- A; 8-C; 9-B

Exercícios - América espanhola

1- (UEL-PR) "Sem colonização não há uma boa conquista, e se a terra não é conquistada, as pessoas não serão convertidas. Portanto, o lema do conquistados deve ser colonizar"
Gómara, Francisco Lopez de. História General de lãs índias. Madrid, 1852 p.181. citado por Bethel, Leslie (Org.) História da América Latina. 2. ed. São Paulo: Edusp; Brasília: Fundação Alexandre Gusmão, 1988. p.135.
Com base nas palavras do historiador e nos conhecimentos sobre a conquista da América Espanhola, é correto afirmar:
a) A boa conquista, para o autor, limitava-se a assaltar, a saquear e a tomar posse dos objetos fáceis de transportar, como ouro, prata e pedras preciosas.
b) A colonização da América foi uma ação militar e teve seqüência na conquista espiritual e na migração maciça de súditos espanhóis para dominar a terra.
c) Para os espanhóis, que menosprezavam a condição do senhor, a ausência de mão-de-obra para trabalhar a terra não foi um obstáculo à colonização.
d) A superioridade numérica de armamentos e a experiência tática dos espanhóis permitiram uma conquista pacífica e sem traumas.
e) A conquista preservou as instituições nativas, conservando os níveis demográfico, econômico, social e ideológico das sociedades autóctones.

2- (Fuvest-SP) Comparando as colônias da América portuguesa e da América espanhola, pode-se afirmar que:
a) as funções encomenderos foram idênticas às dos colonos que receberam sesmarias no Brasil.
b) a mão-de-obra escrava africana foi a base de sustentação das atividades mineradoras, em ambas as colônias.
c) a atuação da Espanha, diferente da de Portugal, foi contrária às diretrizes mercantilistas para suas colônias.
d) as manufaturas têxteis foram proibidas por ambas as Coroas, e perseguidas as tentativas de sua implantação.
e) as atividades agrárias e mineradoras se constituíram na base das exportações das colônias das duas Américas.

3-(PUC-MG) São características da Hispano-América Colonial até meados do século XVI, exceto:
a) a ação da Coroa como instituição diretamente responsável pela exploração dos índios.
b) a submissão dos índios à prática das encomiendas pelos hispânicos.
c) a conquista e dominação dos índios da Confederação Asteca e das cidades maias.
d) a pilhagem e o saque dos tesouros das Altas Culturas - astecas, maias e incas.

4-(UERJ) "Na realidade,nem toda colonização se desenrola dentro das travas do sistema colonial. Os sistemas nunca se apresentam, historicamente, em estado puro. (...) A colonização da Nova Inglaterra se deu fora dos mecanismos definidores do sistema colonial mercantilista, e (...) fatores específicos (...) deram origem a essa forma de expansão ultramarina: colônias de povoamento (...). A categoria de colônias que se lhe contrapõe é a de colônias de exploração".
(Adptado de NOVAIS, Fernando A. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808). São Paulo: Hucitec, 1981.)
Considere a Nova Inglaterra como exemplo de colônia de povoamento e a América portuguesa como exemplo de colônia de exploração.
Cite, para cada uma delas, o tipo de propriedade predominante e a principal relação de trabalho.

5- Compare os sistemas de colonização adotados na América por Espanha e Inglaterra.

6- Na colonização da América os espanhóis utilizaram‐se de dois sistemas para enquadrar o trabalho dos índios. Dê o nome e explique como funcionava cada um desses sistemas.

7- No Brasil e no Caribe, a escravidão africana constituiu‐se na principal modalidade de trabalho. Na América de colonização espanhola ‐ México, Peru ‐ predominou o trabalho indígena compulsório. Explique as origens dessas diferenças.

8-"A Espanha iniciou seu ciclo de navegações no final do século XV quando Portugal já havia atingido o Cabo da Boa Esperança". Justifique a afirmação.

9. (PUC) - " .. a espada, a cruz e a fome dizimaram a família selva­gem ... "

(Pablo Neruda) Tendo em vista a fala do poeta sobre a conquista espanhola da América, elabore duas considerações sobre o conteúdo dessa afir­mação.

10. Podemos afirmar que a conquista dos povos indígenas do Conti­nente Americano deveu-se, sobretudo:
a) à esmagadora inferioridade cultural das populações vencidas que, ao contrário da Espanha, não tinham nem rei, nem lei, nem fé.
b) à incrível coragem dos aventureiros espanhóis, que enfrentaram bravamente uma população nativa muitas vezes maior que a sua e com um equipamento bélico muito superior ao seu.
c) à superioridade técnica dos espanhóis, que conheciam armas de fogo, aproveitaram-se das lutas políticas entre as próprias na­ções indígenas para formar alianças e, ainda, trouxeram doenças que dizimaram a população indígena.d) ao desejo das elites indígenas de se submeterem ao jugo de uma nação mais culta e desenvolvida, como a espanhola.
e) a uma extraordinária proteção divina dada aos espanhóis, que tomaram a nova terra em nome de Deus e da cristianização dos pagãos, para os reis católicos Fernando e Isabel.



GABARITO
1--B
2- E
3- A
4- Na América portuguesa: tipo de propriedade predominante: grande propriedade.principal relação de trabalho: escravo.
- Na Nova Inglaterra: tipo de propriedade predominante: pequena e média propriedade.
principal relação de trabalho: livre, servidão por contrato.
5-A Espanha, e também Portugal, adotou o modelo denominado colônia de exploração. Suas características principais eram a utilização de mao‐de‐obra escrava (indígena e negra) e a produção para o mercado externo. Nos territórios colonizados pela Espanha. a principal atividade econômica foi a extração de metais preciosos, especialmente o ouro e a prata.não remunerado. Os índios eram entregues a um espanhol. o encomendero, que deveria dar proteção e cristianizar os nativos, distribuindo‐os posteriormente aos colonizadores. Na prática correspondeu também a uma verdadeira escravidão. Esses
 
No Brasil, a colonização se viabilizou com a implantação da economia açucareira. Ela se caracterizava pela monocultura, pela grande propriedade, pelo trabalho escravo e pela produção destinada ao mercado externo.
No caso inglês, é preciso distinguir dois processos de colonização. No norte e centro das treze colônias se instalou o modelo da colônia de povoamento. Os colonos possuíam certa autonomia em relação à metrópole, e todas as atividades produtivas (manufaturas. pesca. agricultura etc.) eram voltadas para o mercado interno e para a comercialização com as colônias inglesas do Caribe, o chamado comércio triangular. Nas colônias localizadas no sul, a forma de exploração era semelhante à da América portuguesa. A plantation: agricultura baseada no latifúndio, mao‐de‐obra escrava e produção voltada para o mercado externo principalmente de tabaco e de algodão.

6- Os sistemas mencionados pela questão eram a mita e a encomienda.
Na mita se sorteava uma certa quantidade de índios de cada comunidade para trabalhar nas minas. A mita era uma antiga instituição inca e os espanhóis transformaram esse tipo de trabalho em uma verdadeira escravidão. A encomienda era uma forma de trabalho compulsório e
dois sistemas de exploração de trabalho dizimaram milhões de indígenas. Eles pereciam de fome, doenças, maus‐tratos e excesso de trabalho.

7. As necessidades da economia açucareira e os enormes lucros que o tráfico negreiro proporcionava ao setor mercantil português explicam a opção pela escravidão negra no Brasil. Os portugueses já estavam acostumados a obter escravos na África antes mesmo da colonização do Brasil. Acrescente‐se a isso a proibição da escravidão indígena determinada pela Igreja e a maior dispersão da população indígena brasileira em relação à população indígena dos impérios inca e asteca. que foram conquistados pelos espanhóis. Os espanhóis aproveitaram inclusive formas de trabalho usadas pelos índios. É o caso da mita, uma instituição inca pela qual as diversas comunidades indígenas que faziam parte do império inca forneciam trabalhadores ao Estado.
Transformaram essa forma de trabalho em uma verdadeira escravidão. No Caribe as populações indígenas foram dizimadas nos primeiros anos da colonização. Aí se implantou uma economia semelhante à do Nordeste brasileiro: latifúndio, monocultura exportadora, mao‐de‐obra escrava africana.

8-A Espanha ainda não estava unificada politicamente e lutava contra a ocupação muçulmana nas Guerras de Reconquista. Com o casamento dos reis católicos, Fernando, de Aragão, e Isabel, de Castela (1469), os espanhóis alcançaram a unidade política e expulsaram os mouros da península, em 1492. A partir daí, foi possível a realização do ciclo ocidental de nave­gação, com Cristóvão Colombo.

9- A conquista espanhola fundou-se na violência, destruindo as grandes civilizações pré-colombianas, e onde a Igreja Católica aparece como o sustentáculo ideológico da dominação branca. Expropriada de suas terras, a família selvagem conheceu a
fome, e todas as mazelas dela resultante. Portanto, a espada, a cruz e a fome formam a trilogia que eliminou milhões de indí­genas americanos durante a empresa colonizadora européia.

10-c

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

América: colonização espanhola

Dos adelantados aos vice-reinos da Nova Espanha e do Peru

Quando Cristóvão Colombo chegou às Bahamas, em 1492, imaginou que tivesse alcançado a Ásia. Somente no início do século seguinte é que os europeus se deram conta de que tinham chegado a um continente que não constava nos mapas da época: a América.

De qualquer forma, Colombo foi o primeiro europeu a conhecer e explorar o Novo Mundo. Depois dele, vários outros se aventuraram nessas terras remotas. Hernán Cortés (conquistador do Império Asteca) e Francisco Pizarro (conquistador do Império Inca) são os nomes mais conhecidos de uma série de exploradores que deixaram a Europa em busca de riqueza e poder.

Na Espanha, foi a rainha Isabel de Castela quem incentivou tais viagens, já que o rei, Fernando II de Aragão, tinha seus interesses expansionistas voltados para a Itália.

Desde Colombo, a conquista da América foi um empreendimento de homens que investiam suas riquezas e contavam com a aprovação de Castela. Em troca da posse de novas terras, o reino castelhano garantia títulos de nobreza e rendimentos aos conquistadores bem-sucedidos. Dessa forma, Castela se eximia dos riscos financeiros e materiais, e obtinha o poder expansionista que tais viagens poderiam oferecer. Ao mesmo tempo, os conquistadores, acostumados às guerras e à vida árdua (numa Espanha em que só os nobres tinham direitos), buscavam a possibilidade de ascensão social no Novo Mundo. Parecia uma boa troca.

Mas o Novo Mundo representava também uma nova realidade. A viagem pelo chamado "Mar Oceano" não era fácil; pior ainda era chegar a terras desconhecidas: a fome, as doenças - principalmente o escorbuto e a sífilis -, as intrigas, a saudade de casa, chamada de modorra, uma espécie de depressão profunda, as riquezas que não eram facilmente encontradas ou que ficavam nas mãos de poucos, levavam os espanhóis ao desespero.

Além disso, as novas terras eram habitadas por povos desconhecidos dos europeus que não estavam dispostos a se submeter ao controle espanhol, pois sequer compreendiam o que aqueles homens vindos do mar faziam ali.

Guerra e dominação

A comunicação entre índios e espanhóis era praticamente impossível no início, pois não só as línguas eram estranhas, como o universo cultural de ambos os lados era muito diferente. A solução encontrada pelos conquistadores foi a guerra e a dominação dos índios (nome dado por Colombo aos povos americanos).

A vida das tribos e civilizações indígenas da América foi completamente transformada com a chegada dos conquistadores espanhóis. A superioridade tecnológica dos europeus aterrorizou a todos: o barulho ensurdecedor das armas, o cheiro insuportável da pólvora e os "monstros de quatro patas" (o cavalo, animal desconhecido pelos povos da América) causaram grande alvoroço e pavor.

Junte-se a isso a falta de respeito às tradições locais, a facilidade em mentir sobre seus reais interesses, uma bagagem histórica de guerras, o fanatismo religioso cristão e a intolerância e teremos alguns aspectos que nos ajudam a compreender como poucas centenas de europeus conseguiram vencer e explorar milhares de índios.

Apesar de a rainha Isabel desejar que os indígenas (os "súditos do Novo Mundo") fossem tratados com respeito pelos espanhóis, na prática eles foram levados à condição de semiescravidão. O sistema de encomienda, trazido da Espanha para a América, desorganizou toda a vida e produção econômica local: as terras e os grupos indígenas que ali viviam foram repartidos entre os espanhóis.

Escravidão e mortandade

Os índios deveriam trabalhar nas minas e nas plantações, que eram chamadas de haciendas, em troca de proteção e da catequização imposta, segundo a crença espanhola, como uma forma de benefício para salvar suas almas.

O trabalho era excessivo e não permitia que os índios pudessem manter as suas roças. A exploração do trabalho, praticada por dominadores intolerantes e sedentos de riqueza, levou os indígenas à exaustão e à fome.

O simples contato com os espanhóis causou uma enorme mortandade, pois os indígenas não tinham imunidade a doenças comuns na Europa da época, que chegaram junto com os conquistadores: a gripe, a varíola, a tuberculose, a peste.

A redução demográfica da população indígena foi tamanha que os europeus tiveram que lançar mão do recurso da "guerra justa", ou seja, a guerra contra rebeldes e inimigos, que eram transformados em escravos. Esse tipo de argumento para a guerra foi ainda mais utilizado quando se descobriu uma particularidade da cultura ameríndia: os rituais antropofágicos e sacrifícios humanos, considerados crimes horríveis perante a visão católica.

A partir de 1512, a Coroa, "preocupada" com os povos indígenas, pretendeu levar a eles a fé cristã, considerada a única verdadeira, mas também cuidando em não prejudicar os espanhóis que necessitavam de mão de obra. Obrigou então que os conquistadores da América lessem aos povos conquistados o chamado requerimiento, um documento que "explicava" em castelhano, língua estranha aos índios, quais seriam as condições da dominação:

"Se assim fizerdes, Sua Majestade vos acolherá com todo o amor e afeto, deixando livres as vossas esposas e filhos para que possais proceder com eles como entenderes (...). Mas se vos recusais, ou se de má-fé tardardes a fazê-lo, com a ajuda de Deus penetrarei em vossas terras e vos submeterei ao jugo da Igreja e a Sua Majestade, e tomarei vossa esposa e vossos filhos para fazer escravos deles (...) E declaro que toda morte e devastação que daí advier terá sido por culpa vossa e não de Sua Majestade, ou minha, ou de meus homens".

Por todas as situações presentes nos movimentos de conquista do continente, podemos entender por que a conquista da América é, ainda hoje, considerada um dos maiores genocídios cometidos na História.

Administração espanhola

Os exploradores que conduziram a conquista pelo continente, enfrentando as mais terríveis dificuldades, colocando suas vidas em risco, receberam o título de adelantados ("adiantados", significando homens da fronteira), e gozaram de ampla liberdade de atuação, recebendo muitos privilégios.

A cada cidade fundada, ou dominada, se organizava um ayuntamiento (mais tarde chamado de cabildo), que seria o que hoje conhecemos por Câmara Municipal: ficava sob o controle dos conquistadores e deveria obedecer às ordens vindas de Castela. Mas cumprir as ordens castelhanas não era nada fácil pois, em razão da grande distância, uma viagem de ida e volta entre o México e Sevilha demorava mais de um ano.

Tal situação criou um vácuo entre o poder central castelhano e os interesses dos conquistadores. Eles tinham de agir de improviso e não podiam esperar por soluções vindas da Espanha para determinados problemas. Essa situação permeou toda a história da colonização nas "Índias de Castela".

Quando se descobriu o que era a América de fato: as ricas terras férteis, o ouro e a prata, os povos a serem explorados, a coroa de Castela buscou aumentar cada vez mais o controle sobre a América, e começou a custear as conquistas e todo um aparato administrativo colonial.

Vera Cruz, no México, um centro importante para a expansão e o controle da América, além de fazer parte da rota que levava os espanhóis para as Filipinas, se tornou uma sede da administração espanhola, fiscalizada de perto por enviados da coroa. Já em 1511, a coroa impôs a fundação de Audiências, em todas as regiões conquistadas. Tal órgão teria a função de fiscalizar os colonos.

Em 1524 foi criado o Conselho das Índias (com sede em Sevilha, na Espanha), que tinha jurisdição completa (civil, militar, financeira, comercial, eclesiástica) sobre as terras americanas, e estava subordinado exclusivamente à coroa espanhola.

Vice-reino da Nova Espanha

Na América foi fundado o primeiro vice-reino em 1535: a partir das terras conquistadas por Hernán Cortés no México indo em direção ao norte (EUA), a região passou a ser o Vice-Reino da Nova Espanha, controlado por um vice-rei escolhido pelo Conselho das Índias, fiel ao rei da Espanha. Em 1543 foi fundado o Vice-Reino do Peru e dessa forma os adelantados tiveram seus poderes anulados e os ayuntamientos passariam a obedecer aos vice-reis escolhidos.

Assim, todo sonho de poder e privilégios que tinha povoado a cabeça de inúmeros homens que se embrenharam na América caíram por terra: todos eles perderam seus privilégios.

Em meados do século XVI a coroa da Espanha se impunha como a senhora suprema das colônias do Novo Mundo, ou pelo menos era o que parecia.

Os reis e os nobres espanhóis (que nunca colocaram os pés na América), não compreenderam a imensidão e a grande diversidade do continente, e acabaram impondo leis que não correspondiam à realidade, por isso mesmo eram quase sempre descumpridas. Ou então, a enorme riqueza, a distância e a dificuldade de fiscalização gerava uma rede de corrupção infinita e quanto mais a coroa castelhana tentava se impor à administração da América, mais essas redes surgiam.

Uma frase sintetiza a relação dos colonos espanhóis na América com as imposições da coroa: "Obedeço, mas não cumpro!".

Fonte:

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Brasil - Nova República

                                                               Comício pelas diretas-já

     Em 1985, a ditadura militar chegou ao fim. Em 5 de outubro de 1988, foi promulgada uma nova Constituição. Desde então, a sociedade brasieleira vive sob o regime democrático. Muitos avanços aconteceram em termos políticos, econômicos e sociais, mas muitos problemas permaneceram, como a enorme concentração de riqueza e as distorções no processo político.
     Com o movimento Diretas Já, uma série de manifestações populares pediam eleições diretas para presidente da república e o fim da interferência militar no governo brasileiro. Em 1984, o Colégio Eleitoral realizou eleições para presidente elegendo Tancredo Neves. Em 15 de Março de 1985, Tancredo Neves seria o primeiro presidente civil a reger o país, desde João Goulart, deposto em 1964.Apesar de eleito, Tancredo não chegou a assumir o seu cargo. . No dia 21 de abril foi anunciado seu falecimento. Deste dia em diante, Sarney seria reconhecido como presidente em exercício
     Para enfrentar a inflação o governo recorreu a planos de estabilização, chamados de "choque econômicos.A moeda foi modificada, zeros foram cortados, congelamento de preços, mas em poucos meses o plano começou a desmoronar. Houve desabastecimento, ágio, em 1986 o plano chegou ao seu limite. Mas com a proximidades das eleições legislativas e estaduais, Sarney manteve o congelamento dos preços.

Chico Mendes, morto por pistoleiro
     Em meio à crise, os conflitos sociais se intensificavam. No campo os enfrentamentos, entre proprietários rurais e trabalhadores sem terra aumentaram. Atentados contra líderes camponeses,padres e sindicalistas tornaram-se comuns, incluindo-se homicídios a mando de latifundiários.
     O problema da inflação tornou-se crônico, a hiperinflação já não era mais um risco, mas um fato consumado.
     Apesar do descontrole da economia, a sociedade brasileira continuava no caminho da democracia. Em 1988, a atual Constituição Federal foi promulgada. A "Constituição Cidadã" garantia aos brasileiros amplos direitos civis, políticos e sociais.
      Para a consolidação democrática, restava ainda a tão aguardada eleição presidencial, que ocorria desde 1960.
     A sociedade brasileira queria mudanças, sentimento pelo qual Collor soube lidar. Venceu as eleições com 42,75% dos votos, contra 37,86% de Lula.
     Em novembro de 1989, em Washington, o FMI o BID, o Banco Mundial e economistas  de países da América Latina se reuniram e estabeleceram o Consenso de Washington em que o Estado não deveria intervir na economia, deixando as forças de mercado agirem livremente; a abertura dos mercados nacionais para as importações e para entrada de capital estrangeiro; a privatização de empresas estatais; o equilíbrio de orçamento do Estado, em decorrência da diminuição dos investimentos na área social, como saúde e educação; combate à inflação, por meio da recessão econômica e da limitação dos aumentos salariais. Essas medidas foram aceitas por Collor.
      Desde o início do governo Collor emergiram escânda­los envolvendo os principais membros do Poder Executivo. Em maio de 1992, Pedro Collor, irmão do Presidente, acusou o ex-caixa da campanha presidencial, Paulo César Farias, de enriquecimento ilícito, obtenção de vantagens no Governo e, principalmente, de profundas ligações comerciais com o Presidente. No mês seguinte foi instalada, no Congresso Nacional, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as acusações, ao mesmo tempo que novas evidênci­as vinham a público pela ação da imprensa.
     O avanço da CPI ganhou impulso com o depoimento do motorista Eriberto França, afirmando que as despesas da Casa da Dinda (residência presidencial) eram pagas por PC, e com o início das manifestações populares em favor do impeachment. O desfecho deu-se em 29 de se­tembro de 1992, quando a Câmara dos Deputados apre­sentou 441 votos a favor e 38 contra. No sábado, dia 3 de outubro, Collor foi afastado da presidência, assumindo o vice Itamar Franco.
Itamar,Lula, FHC e Sarney
     Em 1994, o Brasil viveu duas fases distintas na área econômica: depois de uma continuada elevação dos índi­ces inflacionários, houve uma reversão dessa tendência, aos mesmo tempo que continuava o crescimento econô­mico nacional.
     Os índices inflacionários mantiveram a tendência as­cendente até junho de 1994, quando surgiram os primei­ros efeitos positivos do novo plano de estabilização da economia - o Plano Real - iniciado pelo ministro Fernando Henrique Cardoso e implantado sem choques.
     Ao mesmo tempo em que caía a inflação, ocorria tam­bém uma valorização da nova moeda nacional frente ao dólar, o que, associado às facilidades de importação cria­das pelo Governo, estabeleceu a ampliação do consumo, o que impulsionou a atividade econômica e as vendas no final de 1994.
     Impulsionada pelo Plano Real, a candidatura de Fernando Henrique a presidente da República cresceu sem parar. Seu principal adversário, Luís Inácio Lula da Silva, experimentou quedas cada vez maiores nos índices das pesquisas. Fernando Henrique venceu no primeiro turno, realizado em 3 de outubro, com quase 55% dos votos.

 - Governo Fernando Henrique Cardoso
     O governo Fernando Henrique conseguiu que o Congresso Nacional aprovasse a quebra dos monopólios estatais nas áreas de comunicação e petróleo, bem como a eliminação de restrições ao capital estrangeiro. Foi realizada ampla política de privatização de empresas estatais, por exemplo, nas áreas de telefonia e de extração e comercialização de minérios.
     O governo também discutiu propostas de reformas tributária e fiscal, da previdência social e dos direitos trabalhistas. O argumento era de que essas reformas e mudanças administrativas tinham por objetivo  modernizar as estruturas estatais, a fim de sustentar o desenvolvimento econômico e a integração do país no mercado mundial.
     Apesar das várias crises externas que impactaram a economia brasileira durante o período, graças à continuidade do Plano Real a inflação se manteve baixa, na casa de um dígito percentual anual, e assim continuou pelos anos seguintes.
     FHC conseguiu se reeleger,A manutenção do Plano Real e das elevadas taxas de juros, as metas de ajustes fiscais e o controle dos gastos governamentais, não conseguiram dar conta de suprir lacunas deixadas pelas administrações anteriores. No setor elétrico, por exemplo, os baixos investimentos e a ocorrência de longa estiagem levaram ao colapso das centrais hidrelétricas, ameaçando o país com o chamado "apagão". O racionamento de energia elétrica foi imposto e a economia brasileira sofreu um período de leve estagnação.
     No início do segundo mandato de FHC, em 1999 houve uma forte desvalorização do real, devido a crises financeiras internacionais (Rússia, México e Ásia) que levou o Brasil a maior crise financeira da história, além de aumentar os juros reais e aumentar a dívida interna brasileira.

Os grandes destaques brasileiros foram a implantação do gasoduto Brasil-Bolívia, a elaboração de um Plano Diretor da Reforma do Estado, um acordo que priorizaria o investimento em carreiras estratégicas para a gestão do setor público, aprovação de emendas que facilitaram a entrada de empresas estrangeiras no Brasil e a flexibilização do monopólio de várias empresas, como a Petrobrás, Telebrás e etc.

Alguns dos programas sociais criados no governo de Fernando Henrique Cardoso foram: A Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e o Vale Gás.

No governo de FHC entrou em vigor a lei de responsabilidade fiscal (LRF) que caracterizava-se pelo rigor exigido na execução do orçamento público, que limitava o endividamento dos estados e municípios e os gastos com o funcionalismo público.

Os salários dos funcionários públicos também não tiveram reajustes significativos, uma forma de evitar a inflação e controlar os gastos públicos.

O governo de Fernando Henrique Cardoso teve fim no dia 1º de Janeiro de 2003, com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.


Governo Lula
     No ano de 2002, as eleições presidenciais agitaram o contexto político nacional. Os primeiros problemas que cercavam o governo FHC abriram brechas para que Lula chegasse ao poder com a promessa de dar um outro rumo à política brasileira. O desenvolvimento econômico trazido pelo Plano Real tinha trazido grandes vantagens à população, entretanto, alguns problemas com o aumento do desemprego, o endividamento dos Estados e a distribuição de renda manchavam o bloco governio.
Lula se tornou presidente do Brasil e sua trajetória de vida fazia com que diversas expectativas cercassem o seu governo. Entre as primeiras medidas tomadas, o Governo Lula anunciou um projeto social destinado à melhoria da alimentação das populações menos favorecidas. Estava lançada a campanha “Fome Zero”.

A ação política de Lula conseguiu empreender um desenvolvimento historicamente reclamado por diversos setores sociais. No entanto, o crescimento econômico do Brasil não conseguiu se desvencilhar de práticas econômicas semelhantes às dos governos anteriores. A manutenção de determinadas ações políticas foram alvo de duras críticas. No ano de 2005, o governo foi denunciado por realizar a venda de propinas para conseguir a aprovação de determinadas medidas.

O esquema, que ficou conhecido como “Mensalão”, instaurou um acalorado debate político que questionava se existia algum tipo de oposição política no país. Em meio a esse clima de indefinição das posições políticas, o governo Lula conseguiu vencer uma segunda disputa eleitoral. O novo mandato de Lula é visto hoje mais como uma tendência continuísta a um quadro político estável, do que uma vitória dos setores de esquerda do Brasil.

Independente de ser um governo vitorioso ou fracassado, o Governo Lula foi uma importante etapa para a experiência democrática no país. De certa forma, o fato de um partido formalmente considerado de esquerda ascender ao poder nos insere em uma nova etapa do jogo democrático nacional. Mesmo ainda sofrendo com o problema da corrupção, a chegada de Lula pode dar fim a um pensamento político que excluía a chegada de novos grupos ao poder.


Fonte:
- História 3
Ronaldo Vainfaz, Sheila de Castro Faria, Jorge Ferreira e Georgina dos Santos

- http://www.brasilescola.com/

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Exercícios - Brasil - primeira República

Exercícios
1- Assinale as frases que correspondem corretamente ao período da República Oligárquica
I "... a classe dos fazendeiros de café se conservava e se eternizava no Governo graças a uma máquina eleitoral que se estendia por todo o país, mergulhando suas raízes na terra..."
II. "... o Estado (...) é todo ele marcado pelo arbítrio dos governantes contra setores populares que se organizavam para reduzir a exploração..."
III "... a política dos governadores permitia às classes dominantes dos Estados mais poderosos (...) preservar e fortalecer o poder do grupo que dominava o aparelho estatal..."
IV "Voto de cabresto", "curral eleitoral", "eleição a bico de pena", "juiz nosso", "delegado nosso", "capangas" e "apadrinhamento" são expressões que lembram em nosso país o coronelismo.
V- Mesmo eleito com a ajuda dos coronéis, o governador não retribuía esse apoio, pois seu interesse era ajudar o povo.
(A) Se apenas as opções I,II e V estiverem corretas.
(B) Se apenas as opções II,III,IV e V estiverem corretas.
(C) Se apenas as opções I,III,IV e V estiverem corretas.
(D) Se apenas as opções I,II,III e IV estiverem corretas.

2-
Considerando a imagem acima, afirma-se que o Rio de Janeiro passou por reformas urbanas no início da República :

I- para que fossem destruídas as referências arquitetônicas das construções do poder imperial e a República pudesse impor seu estilo à cidade;
II- por conta da falta de saneamento e do adensamento populacional que favoreceram surtos de doenças, como a febre amarela e a varíola;
III-O médico sanitarista Oswaldo cruz, foi um dos responsáveis pelo programa de saúde pública.
IV porque as autoridades consideravam essa área de residências populares um "atraso", uma "feiúra" e uma "desordem", que devia ser substituída pela "beleza" e a "civilização";
  V- para, nessa área, serem construídos jardins, praças e prédios públicos modernos.
(A) Se todas as opções estiverem corretas.
(B) Se nenhuma das opções estiverem corretas.
(c) Se apenas a opção I estiver correta.
(D) Se as opções I,II,IV e V estiverem corretas.

3- A "Política dos Governadores" baseava-se no(a)
A) domínio das elites oligárquicas estaduais sobre as populações rurais, através da repressão violenta às constantes revoltas armadas.
B) controle exercido pelas oligarquias sobre os oficiais da Guarda Nacional, os quais influenciavam fortemente a condução da política nacional.
C) elaboração de uma política de correção dos vícios do sistema eleitoral, advinda de articulações entre as oligarquias e o governo federal.
D) teia de relações políticas ligadas ao poder oligárquico, a qual partia do presidente e se estendia até os eleitores nos municípios tutelados pelos coronéis.

4- (Fuvest) Do "Convênio de Taubaté", em 1906, decorreu uma política de
a) incentivo à policultura, para atender aos interesses dos pequenos proprietários.
b) valorização do café, com a intervenção direta do Estado na economia cafeeira.
c) controle da produção açucareira pelas limitações do mercado consumidor.
d) estímulo à produção cafeeira no Vale do Paraíba e no sul de Minas Gerais.
e) reestruturação da economia paulista, sem a intervenção governamental.

5- O messianismo desenvolveu-se em áreas rurais e pobres que reagiam à miséria. Seus componentes básicos eram a religiosidade do sertanejo, o sentimento de revolta contra a omissão do governo, o repúdio à opressão e às injustiças da república dos coronéis. Assinale os movimentos rebeldes com essas características.
a) Revolta da Chibata e do Quebra Quilos
b) Canudos e Contestado
c) Revolta da Vacina e do Forte de Copacabana
d) Coluna Prestes e Revolução de 1924
e) Revolução Federalista e Revolta Armada

6- PUC SP - A Constituição brasileira de 1891:
a) permitiu a plena democratização do país, com a superação do regime militar.
b) criou um quarto poder, o Moderador, que atribuía plenos poderes ao Imperador.
c) separou o Estado, agora republicano, da Igreja Católica.
d) manteve a permissão para a existência de mão-deobra escrava.
e) eliminou os resquícios autoritários do varguismo

7- MACKENZIE - Cabo de enxada engrossa as mãos... Caneta e lápis são ferramentas muito delicadas(...). Ler o quê? Escrever o quê? Mas agora é preciso, a eleição vem aí e o alistamento rende a estima do patrão e a gente vira pessoa. Mário Palmério – Vila dos Confins
O texto lembra o contexto político característico da República Velha, cujas origens, em parte, podem ser atribuídas:
a) ao sistema eleitoral, baseado no voto censitário, usualmente praticado desde os tempos do Império.
b) ao domínio político das oligarquias e ao controle que elas exerciam sobre as massas rurais e urbanas que delas dependiam economicamente.
c) ao Tenentismo, que apoiava o fisiologismo e a política de troca de favores instalada pelo regime oligárquico.
d) a uma política sempre pacífica praticada pelos coronéis, que angariavam sólido apoio nas massas rurais.
e) ao caráter não elitista do processo político, que atendia às reivindicações populares, ampliando a organização e a mobilização que elas tinham.
8- FGV -“... As eleições de 1900 para a Câmara Federal e o terço do Senado confirmam o benefício desta política em favor das oligarquias que estão no poder. (...) Este sistema de apoio às oligarquias vai significar a permanência daquelas que estão no poder. (...) As oposições oligárquicas agora não podem mais ter esperança de uma vitória legal, e às vezes, nem mesmo de um bom êxito revolucionário.” (CARONE, Edgard, A república velha. 166 edição, São Paulo: Difel, pp. 193-194).
O autor se refere:
a) À política da conciliação.
b) Ao Encilhamento.
c) À República da Espada.
d) À promulgação da nova constituição republicana.
e) À política dos governadores.
9- UNESP - Completaram-se, ontem e hoje, 99 anos da reunião dos presidentes de São Paulo, Minas e Rio de Janeiro que culminou no Convênio de Taubaté. A primeira crise global do café foi provocada pela triplicação da produção brasileira na década de 1890 – de 5,5 milhões a 16,3 milhões de sacas (...) ( Folha de S.Paulo,27.02.2005. Adaptado.) Do Convênio de Taubaté, origina-se a Política de Valorização do Café, que se constituiu
a) na isenção tributária sobre todas as mercadorias e serviços relacionados com o café, como o transporte
ferroviário.
b) na proibição de se plantar novos cafeeiros no prazo mínimo de 10 anos, até a produção igualar-se ao consumo externo.
c) no acordo entre todos os países produtores e exportadores de café de diminuírem a produção em 25% em 5 anos.
d) no controle dos preços do café por meio da compra da produção excedente, por parte dos governos estaduais.
e) na criação de um imposto sobre cada saca de café exportada e no incentivo à criação de fazendas de café no Espírito Santo.

10. UNESP - Além das funções rituais, a religião historicamente tem desempenhado o papel de catalisadora do protesto social. Nos movimentos messiânicos isso ocorre de
forma clara, pois estão ligados a crises de estrutura e organizações sociais.
(Elizete da Silva, Entre a fé e a política. Nossa História, n-° 30, 2006)
No Brasil podem ser considerados movimentos messiânicos
a) a Revolta da Chibata e a Coluna Prestes.
b) a Revolta do Quebra Quilo e a Questão das Salvações.
c) a Revolta de Canudos e a Guerra do Contestado.
d) a Revolta dos Mücker e a Guerra dos Cabanos.
e) a Revolta do Caldeirão e a Guerra dos Farrapos.


GABARITO

1-D
2-A
3-D
4-B
5-B
6-C
7-A
8-E
9-D
10-C

Brasil - Primeira República

                                                Promulgada a 1ª Constituição Republicana                                                                     1891

     A proclamação da República não trouxe mudanças substanciais à sociedade brasileira. O povo foi mantido à margem e as oligarquias agrárias puderam tomar conta do poder, agora sem os entraves representadso pela centralização monárquica.
     Do ponto de vista econômico, a situação não se alterou com a mudança do regime, uma vez que o café continuou a ser o grande produto da exportação brasileira. A questão da mão-de-obra, apresentou alterações, já que em 1888 fora abolida a escravidão.
     É importante ressaltar que a orientação dos primeiros ministros da Fazenda dos governos republicanos (Rui Barbosa e Serzedelo Correia), buscaram uma política emissionista favorável à industrialização, mas a situação tornou-se crítica, com altos índices inflacionários. Esta crise foi denominada "Encilhamneto".

Problemas:
- crise de superprodução do café / queda dos preços internacionais = criado um plano para defesa do produto, Convênio de Taubaté, os governos dos estados conveniados (SP,MG,RJ) recorreriam a empréstimos externos para comprar os excedentes da produção, estocá-los e estabilizar os preços, garantindo os lucros dos cafeicultores e endividando o país (prejuízos para a sociedade).
- Em 1898, o governo do presidente Campos Sales fez um acordo com os credores internacionais conhecido conhecido como Funding Loan http://pt.wikipedia.org/wiki/Funding_loan.
     Nesse período de quase meio século, as mudanças que ocorreram no campo econômico não foram suficientes para tornar o Brasil menos dependente. A Inglaterra, devido a problemas gerados pela Primeira Guerra Mundial foi cedendo o seu lugar de dominação ao capital norte-americano.
     No plano político, os militares assumiram o comando do país ali permanecendo até 1894. Destaca-se a convocação de uma Assembleia Constituinte.

Foram características da Constituição de 1891:
-instituição de uma República Federativa, onde os Estados teriam ampla autonomia econômica e administrativa;
-separação dos poderes em Poder Executivo, exercido pelo presidente -eleito para um mandato de quatro anos (sem direito à reeleição), e auxiliado pelos ministros; o Poder Legislativo, exercido pelo Congresso Nacional, formado pela Câmara de Deputados( eleitos para um mandato de três anos, sendo seu número proporcional à população de cada Estado) e pelo Senado Federal, com mandato de 9 anos, a cada três anos um terço dele seria renovado; o Poder Judiciário, tendo como principal órgão o Supremo Tribunal Federal.
-o voto era descoberto (não secreto), direto e universal aos maiores de 21 anos. Proibido aos soldados, analfabetos, mendigos e religiosos de ordens monásticas.
-ficava estabelecida a liberdade religiosa, bem como os direitos e as garantias individuais.
A Constituição de 1891 foi fortemente influenciada pelo modelo norte-americano, sendo adotado o nome de República Federativa dos Estados Unidos do Brasil. Nas "diposições transitórias" da Constituição ficava estabelecido que o primeiro presidente do Brasil não seria eleito pelo voto universal, mas sim pela Assembléia Constituinte.

A política do café-com-leite
Revezamento, no executivo federal, entre as oligarquias paulistas e mineiras. O número de deputados federais era proporcional à população dos Estados. Desta forma, os estados mais populosos - São Paulo e Minas Gerais -tinham maior número de representantes no Congresso.


Coronelismo e voto do cabresto
O sistema político da República Velha estava assentado nas fraudes eleitorais, visto que o voto não era secreto. O exercício da fraude eleitoral ficava à cargo dos "coronéis", grandes latifundiários que controlavam o poder político local ( os municípios ). Exercendo um clientelismo político (troca de favores) o grande proprietário controlava toda uma população ("curral eleitoral"), através do voto de cabresto.
Assim, o poder oligárquico era exercido no nível municipal pelo coronel, no nível estadual pelo governador e, através da política do café-com-leite, o presidente controlava o nível federal.

     No plano social, o período que se está analisando evidencia uma série de problemas, que seria conveniente dividir em problemas rurais (Canudos e Contestado) e urbanos ( Revolta da Vacina e da Chibata).
                                                         Revolta da Vacina
     A crise da República Velha e o Golpe de 1930     Em 1930 ocorreriam eleições para presidência e, de acordo com a política do café-com-leite, era a vez de assumir um político mineiro do PRM. Porém, o Partido Republicano Paulista do presidente Washington Luís indicou um político paulista, Julio Prestes, a sucessão, rompendo com o café-com-leite. Descontente, o PRM junta-se com políticos da Paraíba e do Rio Grande do Sul (forma-se a Aliança Liberal ) para lançar a presidência o gaúcho Getúlio Vargas.
      Júlio Prestes sai vencedor nas eleições de abril de 1930, deixando descontes os políticos da Aliança Liberal, que alegam fraudes eleitorais. Liderados por Getúlio Vargas, políticos da Aliança Liberal e militares descontentes, provocam a Revolução de 1930. É o fim da República Velha e início da Era Vargas.

      Galeria dos Presidentes da República Velha:  Marechal Deodoro da Fonseca (15/11/1889 a 23/11/1891), Marechal Floriano Peixoto (23/11/1891 a 15/11/1894), Prudente Moraes (15/11/1894 a 15/11/1898), Campos Salles (15/11/1898 a  15/11/1902) , Rodrigues Alves (15/11/1902 a 15/11/1906), Affonso Penna (15/11/1906 a 14/06/1909), Nilo Peçanha (14/06/1909 a 15/11/1910), Marechal Hermes da Fonseca (15/11/1910 a 15/11/1914), Wenceslau Bráz (15/11/1914 a 15/11/1918), Delfim Moreira da Costa Ribeiro (15/11/1918 a 27/07/1919), Epitácio Pessoa (28/07/1919 a 15/11/1922),
Artur Bernardes (15/11/1922 a 15/11/1926), Washington Luiz (15/11/1926 a 24/10/1930).

Fontes:
-História 3 - Ricardo, Adhemar e Flávio
- História 3 -Ronaldo Vainfas, Sheila de Castro Faria, Jorge Ferreira e Georgina dos Santos
-http://www.mundovestibular.com.br/articles/4429/1/A-REPUBLICA-VELHA/Paacutegina1.html