segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Revolução Russa

czar Nicola II
A Revolução Russa estabeleceu a experiência socialista de fato?
A Rússia promoveu uma experiência revolucionária que marcou a trajetória do século XX. Já no século XIX, Karl Marx indicava que as desigualdades do sistema capitalista abririam portas para que as massas trabalhadoras viessem a tomar o poder. No entanto, a convocação dos trabalhadores em torno dos ideais de Marx parecia ser uma possibilidade remota em face ao desenvolvimento dos Estados liberais enriquecidos pelo favor dado às classes burguesas.

No entanto, a ocorrência da Primeira Guerra Mundial proporcionou uma possibilidade revolucionária que estremeceu essa ordem cingida pela burguesia capitalista. No começo do século XX, a Rússia vivia um momento histórico onde as desigualdades sociais instaladas fizeram com que camponeses e operários se mobilizassem politicamente. Nos campos, os trabalhadores rurais viviam em condições lastimáveis legitimadas por um governo que preservava os privilégios feudais da classe aristocrática.

Nas cidades, a burguesia tinha um papel político limitado e não tinha apoio devido para a configuração de uma economia industrializada. O parque industrial desenvolvido na Rússia, em grande parte, era fruto da entrada de capitais de investimento estrangeiros interessados em ampliar mercados e reduzir custos de produção. A classe operária, proveniente do tímido processo de industrialização, não tinha força política suficiente para exigir direitos.

Os gastos com a Primeira Guerra agravaram a situação econômica do país, potencializando o clima de insatisfação e mudança. Os sovietes, grupos de organização dos trabalhadores, transformaram-se em grandes centros de discussão política. A partir da organização dessas pequenas unidades, a revolução foi possível e instituiu um novo poder na Rússia. Depois de consolidada, as teorias socialistas tiveram que se defrontar com os desafios mais imediatos de uma situação histórica nunca antes vivenciada.

Segundo alguns pensadores, o que se viabilizou no interior da Rússia foi um Estado cada vez mais distanciado dos princípios pautados por Marx e Engels. O Estado ganhou cada vez mais força, impedindo o florescimento de uma sociedade comunista. Mesmo não podendo constatar uma resposta conclusiva para tal perspectiva, não podemos deixar de vislumbrar como esse fato histórico inspirou outros movimentos de caráter socialista e comunista ao redor do planeta.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

A Revolução Russa de outubro de 1917
Com Kerenski no poder pouca coisa havia mudado na Rússia. Os bolcheviques, liderados por Lênin, organizaram uma nova revolução que ocorreu em outubro de 1917. Prometendo paz, terra, pão, liberdade e trabalho, Lênin assumiu o governo da Rússia e implantou o socialismo. As terras foram redistribuídas para os trabalhadores do campo, os bancos foram nacionalizados e as fábricas passaram para as mãos dos trabalhadores.
Lênin também retirou seu país da Primeira Guerra Mundial no ano de 1918. Foi instalado o partido único: o PC (Partido Comunista).
A formação da URSS
Após a revolução, foi implantada a URSS ( União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Seguiu-se um período de grande crescimento econômico, principalmente após a NEP ( Nova Política Econômica ). A URSS tornou-se uma grande potência econômica e militar. Mais tarde rivalizaria com os Estados Unidos na chamada Guerra Fria. Porém, após a revolução a situação da população geral e dos trabalhadores pouco mudou no que diz respeito à democracia. O Partido Comunista reprimia qualquer manifestação considerada contrária aos princípios socialistas. A falta de democracia imperava na URSS.
Os líderes da União Soviética durante o regime socialista:
- Vladimir Lenin (8 de novembro de 1917 a 21 de janeiro de 1924)
- Josef Stalin (3 de abril de 1922 a 5 de março de 1953)

- Nikita Khrushchov (7 de setembro de 1953 a 14 de outubro de 1964)
- Leonid Brejnev (14 de outubro de 1964 a 10 de novembro de 1982)
- Iúri Andopov (12 de novembro de 1982 a 9 de fevereiro de 1984)
- Konstantin Chernenko (13 de fevereiro de 1984 a 10 de março de 1985)
- Mikhail Gorbachev (11 de março de 1985 a 24 de agosto de 1991)
 Fonte: http://www.suapesquisa.com/russa/

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Primeira Guerra Mundial

     Como explicar a Grande Guerra? Na interpretação de Lênin, tratava-se de uma guerra entre nações imperialistas que disputavam as riquezas naturais das colônias na África e Ásia. Mas outros aspectos precisam ser analisados. Desde fins do século XIX, uma série de rivalidades políticas no continente eram alimentadas pelo clima de exacerbação nacionalista e pelo avanço do militarismo, sobretudo na Inglaterra, na Alemanha, na França e na Rússia.
     A Inglaterra foi o primeiro país a se industrializar, dispondo de vasto mercado  consumidor. Além de ser fornecedor de produtos industrializados para suas colônias, delas recebia boa parte de matérias-primas de que necessitava. Porém, no início do século XX, sem a renovação das máquinas e dos equipamentos de seu parque industrial, os ingleses sofriam competição de outros países que também se industrializaram, como a forte concorrência das modernas indústrias alemãs.
Cenário tenso
     No início do século XX, muitas rivalidades agravavam as tensões entre os países europeus. Havia forte rivalidade entre França e Alemanha. Com a guerra franco-prussiana (1870-1871), os franceses perderam para os alemães as regiões da Alsácia-Lorena, ricas em carvão. O episódio feriu gravemente o orgulho francês, tornando uma questão de honra recuperar esses territórios.
     O crescimento econômico da Alemanha provocou acentuada competição com a Inglaterra e a França,desequilibrou a conjuntura política europeia. A tensão aumentou, uma aliança diplomata e militar foi formada entre Alemanha e o Império Austro-Húngaro.O Império Austro-Húngaro era um mosaico de nacionalidades que aspiravam à autonomia.
     A Rússia, por sua vez, nutria grande ressentimento em relação ao Império Otomano pela derrota sofrida na Guerra da Crimeia, em 1856, sentimento que era recíproco. A exemplo dos impérios Russo e Austro-Húngaro, o Turco Otomano também abrigava povos de vária línguas e religiões.
     Todo esse clima de competição e rivalidade entre os países foi intensificado com a expansão de ideologias nacionalistas. Tudo isso levou a eclosão da Grande Guerra.

     Houve a formação de dois blocos opostos:Tríplice Aliança: Alemanha, Áustria-Hungria e Itália e Tríplice Entente: Inglaterra (ou melhor, Grã-Bretanha), França e Rússia. Esse nome vem de Entente Cordiale (“Entendimento Cordial”) – forma como o governo francês definiu sua aproximação com a Inglaterra, de quem a França era adversária tradicional.

O desenrolar do conflito

         
Guerra de movimento (agosto/novembro de 1914): Os alemães ocuparam quase toda a Bélgica e também o norte da França. Mas não conseguiram tomar Paris nem dominar a costa francesa no Canal da Mancha.
Guerra de trincheiras (novembro de 1914/março de 1918)

Consequências da I Guerra Mundial

  • 11 milhões de mortos (destes, 8 milhões eram combatentes).
  • Fim dos impérios Russo, Austro-Húngaro, Alemão e Otomano.
  • Surgimento de novos Estados europeus:
    Do desmembramento do Império Austro-Húngaro: Áustria, Hungria, Checoslováquia e Iugoslávia (nome oficial da “Grande Sérvia”, criado em 1931).
    Do desmembramento do Império Russo:
    URSS, Finlândia, Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia.
  • Crise econômica generalizada, com especial gravidade na URSS, Itália e Alemanha.
  • Surgimento dos regimes totalitários, tanto de esquerda (comunismo) como de direita (fascismo).
  • Ascensão dos EUA à posição de maior potência mundial.
  • Criação da Sociedade das Nações ou Liga das Nações – um dos poucos itens dos “14 Pontos” que foram aproveitados.
  • Existência de minorias étnicas com tendência separatista em vários países da Europa Central e Oriental, criando graves focos de tensão.
A Primeira Guerra Mundial (1914-18)
O fim da Primeira Guerra Mundial está ligado ao início da Segunda, pois as perdas territoriais alemãs iriam servir de justificativa para o expansionismo nazista. Na foto, um desfile das unidades SS (força de elite da Alemanha Nazista).

Questões Objetivas 1 – Considerando a influência do Imperialismo no contexto da Primeira Guerra (1914-1918), podemos apontar que são fatores que o justificam, EXCETO:


a) a necessidade de controlar regiões produtoras de matérias-primas essenciais à indústria capitalista.
b) a ideologia da superioridade racial dos povos europeus que levariam aos “povos atrasados” os benefícios da civilização superior.
c) a conquista de pontos estratégicos para defesa de colônias existentes ou da própria metrópole.
d) a necessidade de exportar capitais para áreas pobres do mundo, no sentido de ajudá-las a superar seu atraso econômico.
e) a retração dos mercados europeus, após a crise que impulsionou a Europa e EUA a buscar mercados consumidores.


2 - Através de acordos as principais nações europeias reconheceram a autonomia do Marrocos. Em abril de 1914, a França e a Inglaterra estabelecem bilateralmente a chamada “Entente Cordiale”, através da qual a Grã-Bretanha teria total liberdade de ação no Egito, enquanto à França era entregue o Marrocos. Pelo exposto, é CORRETO afirmar que, no período em questão:


a) habitualmente os interesses dos povos dominados representavam um fator de peso nas decisões tomadas pelas nações imperialistas.
b) apesar dos dispositivos de caráter internacional, a ação política das potências antes da Primeira Guerra era norteada pela força e pelo arbítrio.
c) era comum que os atritos entre os países europeus fossem superados através de uma arbitragem imparcial e inquestionável.
d) tornou-se fundamental garantir a ordem internacional, deslocando-se o poder para os Estados Unidos, país alheio aos problemas europeus.
e) a existência de um organismo supranacional possibilitou que os princípios do direito internacional fossem efetivamente respeitados.


3 - O Imperialismo, ocorrido no séc. XIX, tinha como objetivos, EXCETO:
a) desenvolver o capitalismo industrial.
b) garantir mercado consumidor.
c) buscar matérias-primas básicas na África e Ásia.
d) exercer o domínio político e econômico na África e na Ásia.


4 - A expansão neocolonial do final do século XIX pode ser associada a:
a) busca de novas oportunidades de investimentos lucrativos para o capital excedente nos países industriais.
b) atração pelo entesouramento permitido pela conquista de regiões com jazidas de metais preciosos.
c) necessidade de expansão da influência da Igreja Católica frente ao aumento dos seguidores da Reforma.
d) divisão internacional do trabalho entre produtores de matérias primas e consumidores de produtos industrializados.


5) Qual é o objetivo das Alianças Militares formadas no contexto da “Paz Armada”?


a) garantir mercados consumidores e fornecedores de matéria prima.
b) era garantir maior poder bélico e político, para contra atacar países rivais e também para defender países aliados.
c) exercitar o poder político e econômico na África e Ásia.
d) apaziguar os atritos entre os países europeus através de uma arbitragem imparcial e justa.
e) criar uma série de determinações, visando enfraquecer o poder das potencias imperialista na Europa.



6) Assinale o fato que serviu de estopim para deflagrar a Primeira Guerra Mundial.


a) A assinatura do Tratado de Versalhes que tinha por base culpar os alemães pela corrida armamentista.
b) O revanchismo francês que não conseguiu superar a perda de territórios da Alsácia e Lorena para a Alemanha.
c) A deposição do czar da Rússia em virtude da Revolução Russa provocou revolta e reação dos demais países europeus.
d) Em 28/6/1914, o arquiduque Francisco Ferdinando foi assassinado por um grupo de terroristas intitulado “Mão Negra”.
e) O forte temor dos Estados Unidos em perder seus investimentos na Europa devido a ascensão da Alemanha.


7) A 1ª Guerra Mundial abalou as estruturas do mundo no inicio do século. O conflito era pressentido nos anos que o antecederam. Quais fatos indicavam que a guerra era inevitável?


a ) A política de alianças, o socialismo a disputa por mercados consumidores.
b ) O assassinato de Francisco Ferdinando, a política de alianças, a crise do capitalismo em 1929.
c ) A corrida armamentista, a política colonial e a disputa por mercados consumidores.
d ) A corrida armamentista, o nacionalismo e a crise do capitalismo em 1929.
e ) A corrida armamentista, a política de alianças, o revanchismo entre as nações e a disputa por mercados consumidores.


8) Quais os dois acontecimentos que definiram o desfecho da guerra a partir de 1917 ?
a) A saída da Rússia e entrada dos Estados Unidos no conflito.
b) A propagação do conflito as demais nações do globo e entrada dos Estados Unidos no conflito.
c) A saída da Rússia e a entrada da Itália no conflito.
d) A propagação dos ideais republicanos na França e a entrada dos Estados Unidos na guerra.
e) Os Estados Unidos retiram-se do conflito devido ao processo revolucionário que acontecia na Rússia e a guerra Fria.


9- Ao final da Guerra podemos afirmar que:
a) Os EUA consolida-se como grande potencia mundial e o enfraquecimento das antigas potencias europeias.
b) A Rússia consolida-se como super potencia europeia devido a Revolução Russa e rivaliza com os EUA o poderio militar mundial.
c) A Alemanha apesar de ter perdido a guerra ainda matem sua condição de império e a Inglaterra perde suas colônias na África.
d) O mapa político da Europa é pouco modificado em virtude da manutenção da antiga ordem colonial.
e) O Tratado de Versalhes representou um justo acordo entre vencidos e vencedores.

Decifrando o enigma, as respostas são:1-d;2-b;3-d;4-a;5-b;6-d;7-e;8-a;9-a

Fonte: Livro de História- autores: Ronaldo Vaifaz, Sheila de Castro Faria, Jorge Ferreira e Georgina Santos
                                                    Editora Saraiva